Diferenças entre os quadrinhos e a série animada de 91

Não achei tópico sobre isso, então gostaria de propor esse tema. Em primeiro lugar, acho que seria válido apenas os álbuns adaptados para a série (excluindo Tintin no País dos Sovietes e Tintin no Congo). Não vou entrar no mérito da série da Belvision, pois vi apenas alguns trechos no Youtube e percebi que a adaptação 'viaja na maionose' em muitos momentos.

Uma visão geral que eu tenho: o Tintin na série animada é mais heroico. Os problemas de alcoolismo do Haddock são muito atenuados, praticamente inexistindo. Queria destacar algumas mudanças gritantes na relação álbum/série. Não tive a oportunidade de ler todos os álbuns, por isso vou citar alguns:

O Lótus Azul
No álbum, há cenas dos frequentades do clube consumindo ópio. Na série, o clube mais parece um ambiente privativo, nem aparece a droga. Rastapopoulos não diz na série que foi ele que caiu do penhasco em Os Charutos do Faraó. Corrijam-me se estiver errado, mas aquele funcionário do clube na série acho que não era agente duplo a serviço do Wang Jen-Ghié.

O Ídolo Roubado
No fim da história, os dois principais vilões caem no rio tanto na série quanto nos quadrinhos, só que na série Tintin salva os dois heroicamente, enquanto que na série eles morrem afogados um tentando esganar o outro.

Vol 714 pour Sydney
Allan toma uma surra violenta na ilha em que até os dentes dele são quebrados. Não me lembro de o dr. Krollspell reaparecer com amnésia.

Explorando a Lua
Na série, fica sem sentido a cena em que o Haddock sai da nave e começa a dar um showzinho ridículo. Nos quadrinhos, fica claro que ele encheu a cara e foi isso que motivou o incidente.

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Enfim, gostaria que debatêssemos mais sobre essas diferenças, sobretudo até na questão de mudança de caráter dos personagens!

Excelente a ideia do tópico, Rodolfo.
Também é um projeto meu fazer especiais sobre o assunto para o blog, e acho que com a ajuda de vocês aqui no tópico a tendência é que isso se concretize da melhor forma possível. Inclusive eu já comecei pelo especial de "Tintim na América", que tem uma parte dedicada às diferenças entre a série e o álbum. Dá uma olhada: http://www.tintimportintim.com/2010/09/tintim-na-america-chega-tv.html

MUITO BOA a ideia do tópico mesmo!Curto muito essas curiosidades e já gostei de saber desse negócio de O Ídolo Roubado, que não fazia ideia!Os outros já tinha uma ideia geral, mas ainda assim achei bem interessante e com mais tempo irei ver os meus álbuns e compará-los com a série para contribuir!

E Britto, interessante alguns pontos que você relevou em Tintim na América, mas mesmo concordando com você em vários e sabendo que é melhor você assumir uma imparcialidade ao escrever o post, eu acho totalmente condenável suprimir quase metade do livro...

Eu entendo as razões pelo qual foram cortadas as cenas dos índios americanos, mas sinceramente, a perseguição completa de Tintim por Bobby Smiles/Bob Sorriso (lembrando que o álbum traduz o nome de Bobby Smiles para Bob Sorriso, pelo menos o da Record) é o auge do álbum, na minha opinião.

Desde a cena do Tintim descobrindo petróleo e os índios sendo expulsos da terrinha deles até o topetudo quase morrendo enforcado, morrendo de dar risada com o xerife bêbado que me remete ao Capitão Haddock!

Enfim, muito boa a iniciativa Rodolfo, volto a comentar mais depois

Não cheguei a ler 'A Ilha Negra', apenas folheei o álbum, mas percebi que muita coisa foi suprimada, principalmente uma longa parte que mostra um avião no interior do castelo.

No álbum de O Cetro de Ottokar, quem fuma é o Professor Alembick, enquanto o irmão impostor não fuma. Na série, é o inverso. No primeiro caso, ele descobre o truque usado para jogar o cetro ao se lembrar de uma história, já na série ele tem uma ideia ao olhar pela janela e perceber os canhões do castelo.

Em Os Charutos do Faráo, o Tintin da série já conhece os Dupons e o Allan. Já nos quadrinhos é o primeiro encontro deles, e o Allan não é um dos membros encapuzados.

Em Tintin e os Tímpanos, é de se decepcionar ao ver a atitude do Tintin nos quadrinhos. Ele se recusa a acompanhar Haddock e Girassolpara resgatar Castafiore e os Dupons, ele deduz que se trata de uma armadilha. Por isso ele só se junta a eles mais tarde, meio que com um peso na consciência. Já na série, como disse antes, o Tintin é sempre mais heroico, e segue com os amigos para a Amércia do Sul.

Passei ontem pela Fnac da Av Paulista e dei uma lida rápida em alguns exemplares do Tintin. Puxa vida, que tradução ridícula essa da Cia. das Letras. Bianca Castafiori cantando "Casinha Pequenina" no começo de "As Sete Bolas de Cristal". As expressões dos personagem são extremamente infantilizadas. As edições antigas da Record era muito melhores. Na boa, preferiria ler até as edições com português de Portugal que essa tradução horrível da Cia. das Letras.

Rodolfo Albiero escreveu:Passei ontem pela Fnac da Av Paulista e dei uma lida rápida em alguns exemplares do Tintin. Puxa vida, que tradução ridícula essa da Cia. das Letras. Bianca Castafiori cantando "Casinha Pequenina" no começo de "As Sete Bolas de Cristal". As expressões dos personagem são extremamente infantilizadas. As edições antigas da Record era muito melhores. Na boa, preferiria ler até as edições com português de Portugal que essa tradução horrível da Cia. das Letras.

Da Cia das Letras só tenho Tintim no Congo, No País dos Sovietes e o duplo O Segredo do Licorne + O Tesouro de Rackham. As demais edições são da Record, com exceção de O Lótus Azul, que é da Difusão Verbo, de Portugal. Mas também já tive a oportunidade de ler alguns álbuns da Cia e realmente a tradução não é nada fiel ao estilo de Hergé. Uma pena, pois para as novas gerações as histórias podem parecer menos inteligentes do que realmente são.

Excelente ideia!

Além de tudo já falado, o Tintim da série dá a impressão de ser mais velho e maduro, e muito mais educado também. Sem falar que ele é mais alto do que aparece nos álbuns.

Inclusive, nos álbuns, na primeira vez que o Oliveira da Figueira aparece, Tintim compra um monte de coisas desnecessárias dele. Já na série, no deserto, ele se contenta com um cantil de água e um lenço. Ou seja, eles fizeram de tudo para que ele parecesse o mais heroico possível.

Samymara escreveu:Excelente ideia!

Além de tudo já falado, o Tintim da série dá a impressão de ser mais velho e maduro, e muito mais educado também. Sem falar que ele é mais alto do que aparece nos álbuns.

Inclusive, nos álbuns, na primeira vez que o Oliveira da Figueira aparece, Tintim compra um monte de coisas desnecessárias dele. Já na série, no deserto, ele se contenta com um cantil de água e um lenço. Ou seja, eles fizeram de tudo para que ele parecesse o mais heroico possível.

Verdade, o Tintim dos álbuns é por vezes mais ingênuo e até irresponsável.